Sobre o sucesso internacional de algumas agências portuguesas
O mérito está nas agências ou ateliers que o conseguem. O sector pode beneficiar dos casos de sucesso. Mas é preciso não nos iludirmos que a origem per si é que define o valor da oferta das suas empresas, embora o valor das empresas de sucesso contribua para criar a ideia de valor da origem. Isso sim. E deve ser aproveitado.
Sobre a origem geográfica das agências
Seria benéfico um trabalho a nível do mercado nacional, que é valorizar a necessidade do design e do branding, como exemplo a nível da aplicação dos fundos estruturais da União Europeia, que tendencialmente são mais focados em programas de incentivo às melhorias de produção tangível.Porque não apoiar mais o intangível?
Sobre a valorização do sector
A não exploração do máximo potencial do design, e branding em particular, em Portugal, tem muito a ver com o desconhecimento de décadas sobre a importância dos mesmos para a afirmação da marca. Na verdade, sobre a importância de criar marcas e de as colocar ao serviço dos objectivos de negócios. Marcas enquanto ferramentas estruturais para a criação de diferenciação e de valor e, com isso, de atractividade, e com isso competitividade das empresas portuguesas em mercados externos e um price positioning mais adequado ao valor percepcionado. Talvez isto resulte de um déficit de formação do tecido empresarial tradicional. Urge fazer esse trabalho de forma mais consistente. Só a valorização da necessidade é que torna a escolha dos parceiros mais exigente, e só a exigência permite subir a qualidade global da oferta. O design precisa de ser um sector. É um activo tão relevante para uma economia sustentável, é dínamo de novas mentalidades, é instigador de cultura. Este seria um grande contributo para sustentar uma estratégia de internacionalização.
Sobre o percurso da Unlock Brands
Nos últimos três anos, as nossas exportações representaram sempre mais de 50 por cento da faturação, tendo chegado mesmo a representar cerca de 63 por cento da faturação total no último ano. Estes valores referem-se a clientes não nacionais a operar em mercados externos, se juntarmos a estes os clientes nacionais com quem temos trabalhado no desenvolvimento de projectos para exportação então estes números são ainda mais significativos.
Excerto de um artigo publicado no âmbito de um dossier especial dedicado pelo M&P ao sector do design nacional.
Ver edição completa aqui.